Quando o capitão James Cook, colonizador britânico, chegou ao Havaí, os nativos o tratavam como um deus e, na verdade, o elegeram como uma divindade. Ele não desencorajou essa imagem. E ainda a aceitou. Quando partiu, foi em direção ao mar, onde encontrou uma pesada tempestade que o forçou a voltar para a ilha. Os nativos viram que ele havia voltado por causa da tempestade e sentiram-se traídos. Pensavam que nenhum deus fugiria de uma tempestade; então atacaram o navio e mataram o capitão. Por que você, como um pastor, deveria fazer o esforço de ser aberto e honesto sobre as suas fraquezas?
1. É emocionalmente sadio. “Vocês deveriam adquirir o hábito de admitir seus pecados uns aos outros, e orar uns pelos outros, para que vocês fossem curados” (Tg 5.16a). Usar uma máscara é irreal. Requer uma enorme quantidade de energia. Produz uma grande quantidade de tensão e estresse. E pode até gerar depressão. Pastores que se preocupam em manter uma imagem estão pedindo para ficar esgotados. Revelar os seus sentimentos é o começo da cura. Na verdade, existem algumas fraquezas da sua vida que só vão melhorar quando confessá-las à sua igreja.
2. É espiritualmente “autenticador”. “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (Tg 4.6b). Não podemos ser ministros sem a graça de Deus. Como fazemos para ter a graça que precisamos para pastorear as igrejas que Deus nos chamou? Deus dá graça aos humildes. Deus se deleita em nos abençoar quando entendemos quão fracos realmente somos. E quanto mais você reconhecer a sua fraqueza, mais o Espírito Santo pode lhe ajudar (Zc 4.6b). Todo pastor que quer o poder de Deus em sua vida e ministério precisa se lembrar que o poder vem com a fraqueza.
3. Sedimenta os relacionamentos. “Sentindo, assim, tanta afeição por vocês, decidimos dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas também a nossa própria vida” (1 Ts 2.8a). Paulo dividiu a sua vida com as pessoas. Expôs-lhes seu coração. Não manteve a distância. Ele se relacionou de pessoa para pessoa. Quando você é honesto, as pessoas amam estar ao seu redor. As pessoas não se identificam com a perfeição. Elas se identificam com a humanidade. Além disso, quando compartilhar uma dor pessoal com as pessoas da sua igreja, você vai descobrir um nível de comunhão que nunca conheceu antes. Algumas das pessoas mais solitárias que já conheci eram pastores. Acho que é porque tinham medo de ser vulneráveis. A vulnerabilidade também encoraja os outros a jogar fora suas máscaras. Eles percebem que é seguro sair do esconderijo. Se você pode ser honesto, eles podem ser honestos.
4. Reforça a sua liderança. A vulnerabilidade fará de você um líder mais respeitável. Todo líder tem fraquezas. O modo como você lida com elas vai determinar se as pessoas vão ajudá-lo ou recusá-lo como líder. Se você entender e aceitar as suas limitações, elas se tornarão úteis a você. Mas se ignorá-las, tornar-se-ão embaraços. As pessoas querem seguir um líder que é real. Quanto mais honesto você for sobre suas fraquezas, mais vão percebê-las como reais. Quanto mais real você for, mais credibilidade terá. Quanto mais credibilidade tiver, mais fácil será liderar e mais as pessoas vão estar dispostas a seguir você. A vulnerabilidade reforça lideranças ao invés de as destruir.
5. Aumenta o impacto da sua pregação. “Falamos abertamente a vocês, coríntios” (2 Co 6.11). Era comum durante a preparação do sermão eu me perguntar: “Qual é a maneira mais impactante de falar sobre esse ponto?” Agora eu me pergunto: “Qual é a maneira mais pessoal de apresentar esse ponto?” Descobri que a maneira mais pessoal é a maneira mais impactante. Eu sou muito mais uma testemunha do que um orador. Quando falo inundado de experiência, falo com convicção. E convicção move as pessoas.
Rick Warren
(Tradução de Rachel Vieira Belo de Azevedo)
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